Querido pai natal, avô de (quase) todos nós, cúmplice de religiões, de alegrias disfarçadas, de pedidos sem sentido que se concretizam, e os mais bonitos, não…
Nunca te escrevi uma carta, nunca te pedi nada, também nunca acreditei em ti, apenas aceito essa cara de avô, que alegra crianças e adultos , apenas para fazer cumprir o calendário…
Escrevo-te, para te dizer que continuo a não querer nada, continuo a não ter nada para te pedir, mas, este ano, surgiu-me um pedido urgente de última hora!
Peço-te, por favor, que tires umas longas férias, que faças greve à entrega dos pedidos, deixa-os por longos anos estacionados nos armazéns da Amazon e outros , deixa que apodreçam é que fiquem em desuso…
Desaparece sem dar contas do teu paradeiro, talvez quando regressares, daqui a uns largos anos, todas as pessoas tenham percebido que afinal, a tua cara patusca de avô, apenas andou a turvar emoções, sensações, religiões, vontades, equilíbrio, tirando um pouco a todos, o poder de serem mais, na vida de cada um…
Boas férias Pai Natal, eu continuo sem
querer nada para mim, o que agora peço, é apenas para Ti…
Vai …