Confinamento, também é silêncio, o silêncio de todos os inocentes e de outros menos crentes!
Estamos em rota de colisão, com a desilusão, com o desespero, e até com a vaidade de nada, por vezes exagerada!
São relatos chocantes de pessoas singulares, de vidas estagnadas, esperando o incerto, num presente atribulado, ruidoso e ao mesmo tempo calado!
Já pouco ou nada se pode fazer, num mundo a esmorecer, onde todos já parecem loucos, de uma loucura que não era suposto acontecer!
Temos quase todos, saudades das mesmas coisas, dos risos, dos sorrisos, dos abraços e de olhares sem desconfiança, mas sim com esperança!
Diziam por aí, que ia ficar tudo e bem, e vai, mas não para todos, e nada será como antes, mas temos que continuar a caminhar, enquanto isto está acontecer, não se pode esmorecer …
Estamos em estado de sítio, todos reclamam esta ou aquela medida, mas ninguém aponta as soluções óbvias, que são, COMECE por Si!
Se fossem tidas em conta, todas as opiniões, mesmo as dos entendidos na matéria, neste momento, estávamos em pleno carnaval ou mesmo num verão antecipado!
Existe uma pressa de viver, uma pressa que o mundo não acabe, uma pressa que tudo volte ao normal, que nunca voltará, que não se dá atenção ao óbvio, COMECE por Si!
A solução está na educação que a grande maioria não tem, quer acreditemos ou não, quer nos estejam a matar propositadamente ou não, quer este vírus seja contagioso ou não tanto, facto é, que temos os serviços de saúde a rebentar pelas costuras, fruto de sinal dos tempos!
Aquando o recolher obrigatório, não se ouvem as bombas a rebentarem, ouvem-se apenas as opiniões dos iluminados, sobre este vírus silencioso, que de resto, até lhe deram a forma de uma bomba de banda desenhada, tem por certo a sua piada!
Passou um ano, e estamos pior, porque apenas insistimos em viver a vida que nos tinham dado, da forma que a conhecíamos, ninguém ou quase ninguém quis aprender outra forma de viver, por isso estamos como estamos!
Hoje, como há um ano atrás, mantenho a mesma opinião, mas, cumpro o que me é imposto, por respeito ao semelhante que não pensa como eu, nem eu como ele, mas outras vontades se impõem!
Este mundo, virou um manicómio a céu aberto, onde todos pensam que pensam, opinam e ralham, mas, CASA ONDE NÃO HÁ PÃO, TODOS RALHAM MAS NINGUÉM TEM RAZÃO!…
Este ditado bem antigo aplica-se ao longo do tempo e em qualquer situação, e nesta não seria diferente, aliás, cai como uma luva!
Pouco a pouco, se vai perdendo o que considerávamos muito!
Esse muito, que num abrir e fechar de olhos se tornou insignificante e por vezes, até humilhante!
Humilhante, por termos e não podermos, por querermos o que sempre tivemos, sem nos darmos conta que afinal, era tudo irreal!
Pouco a pouco, voltamos ao inico, sem um principio, sem uma luz que se vislumbre, num caminho que se faz longo, onde pouco a pouco, nos leva até a alma e nos tira a calma!
Já não conseguimos discernir o certo do incerto, seguimos em modo calculado, pensado que fazemos errado, e o certo , por certo é o mais incorreto, porém, nada sabemos em concreto!
Assim prosseguimos, insistimos porque apenas existimos!
Nunca os números nos escravizaram tanto, mas estes, não são os financeiros, estes, são os da contagem do medo, do desespero, da não aceitação, da libertinagem, da liberdade ou falta dela, da conspiração, da clausura, do mórbido , da exaustão de tudo e de todos, mas principalmente, por pôr a nu a debilidade dos serviços de saúde em qualquer parte do mundo!
Vivemos algemados ao medo, não nos entendemos e não entendemos os outros …
Fazemos especulações, conjeturamos, queremos ter razão absoluta, diabolizamos, e ao mesmo tempo, lá vamos simplificando, o que resulta, é o que temos visto!
Também gosto de teorias da conspiração, sem entrar em paranoias, até porque a ciência, só se fez mais eficaz, quando usando o direito de contraditório…
Sei que escrevo da mesma forma que S. António pregava aos peixes, ainda assim escrevo, como forma de estar presente, lúcida, mais ocupada quando desocupada de trabalho, mais analítica, introspetiva, extrovertida, etc, e, tudo tem o seu tempo e o seu espaço, mas não sejamos a demasia em tudo, principalmente no que não podemos mudar, e assim escrevo e continuo a pregar 🙂
Desta forma, não singular, pois que a vida repete-se cem mil vezes pelo menos, segue o mundo, com este cenário de fundo, onde nos encontramos, esvaziamos e nos enchemos de nada …“2019 na época sazonal da gripe , morreram 12.000 pessoas em Portugalcom a mesma” !!!!
Mas, nesse tempo não havia contagem de nada …
Porém, e pelo sim ou pelo não, vamos colocar a máscara, mais vale prevenir que remediar, desde que com tudo isto, não viremos pessoas sem rosto, sem riso, sem identidade, ou sem qualquer finalidade…
No final de contas, sempre vale a pena viver, sobreviver, lutar e depois vencer…
São tempos diferentes, distantes do normal conhecido, passando rasteiras a cada um de nós, e nós, tropeçando e caindo como tordos!
Pensamos que sabemos tudo acerca de cada coisa, opinamos sobre o que não sabemos, guerreamos pelo que não queremos, e paulatinamente vamos seguindo uma manada, distante do que cada uma de nós quer individualmente!
Pode ser Natal, pode ser Carnaval , mas não é, é apenas o mundo virado ao contrário!
O sentimento é de confusão , pela máscara da ilusão!
Não sabemos de facto a sua eficácia, apenas sabemos que no carnaval, ela, não se leva a mal!
Fico a emoção da recordação, de uma máscara oferecida com boa intenção!
Tempos estranhos estes, que nos vão levar a outro patamar, apenas não sabemos qual, como tal , esperemos pacientemente, solidariamente, até que tudo se resolva definitivamente !
Nunca consegui perceber muito bem, porque se festeja, o que ainda não se tem!
Optei sempre por festejar, o ano que estava a terminar!
E assim fui fazendo a minha escrita, ano após ano dia após dia…
Quanto ao que terminou, não o festejei como seria de esperar, era imperativo ele acabar…
Segui sempre a minha premissa, festejar apenas o que deve ser festejado…
E de facto, o ano que passou, embora sendo passado, não foi por certo festejado, por não haver nada para festejar, deste insólito ano que estava a terminar…
Olhei apenas para os ponteiros do relógio, fiz um pensamento, olhei para dentro e deixei ir , expectante como sempre, com o que o veio substituir!
Agora, já só espero ter motivos para festejar quando o 2021 acabar…
Sempre foi assim e sempre assim será, esta forma de ser, por certo não mudará!