Sempre vai existir uma razão
Os tempos passarão
Não foste nem regressaste
Nem a razão de ser da ilusão
Te trouxe mesmo na contra mão
Vai sempre existir o caminho
De regresso ao teu ninho…
Lá bem no alto
Onde chuva chega primeiro
O vento sopra o dia inteiro
O sol abraça o universo
E a lua fica mais perto
Tua voz se vai espalhar no tempo
Perdida no firmamento
Afirmando sempre a razão
De teres vivido
Amado, rido e chorado
Sem limites, sem explicações
Do que foram tuas decisões…
E para lá da tempestade
Da lua do sol e do vento
Tudo foi varrido com tempo…
E o pássaro sobrevoou
No cimo da montanha poisou
Todos os dias saboreia a aragem
Relembra tua passagem
Tudo o que ficou
Afaga-te com as asas
Enrola-se nas montanhas
Esperando cada primavera
Cada feixe de luz
Cada som do vento
E cansado adormece
Se enternece e entrelaça
Em socalcos liso ou rugosos
E… se deixa por ali ficar
Até um novo chegar…
(estados de alma)
Albertina Correia