Mas que cansada de tudo e de nada
Não me apetece caminhar e não me apetece ficar parada
Não consigo entrar na vida
E não consigo perceber porque me encontro perdida
Nada faz sentido, ou o sentido será mesmo nem ter sentido
Já não sei o que digo ou escrevo
Quero adormecer de uma só vez e não acordar da sensatez
Para esta vida que eu não sei nem quero lidar
Estou acordada e desacordada
Para tudo que talvez faça sentido
Ou não faça sentido de nada
Vou dormir como o comum mortal
Entregar-me no tempo, sonhar com o vento
Esperar que ele de cansado me deixe enrolada
Nos meus sonhos da madrugada
No meu Eden é onde me compreendo
Por não receber interferências dos que pensam que pensam
E nada pensam do que sou e sonho
Estou assim virada para o meu jardim
Quero ir embora sozinha pela estrada fora
E deixar que percebam
Que se não regressar é mesmo porque não quero voltar
Por estes dias será assim não me roubarão de mim
(estados de alma)
Albertina Correia