PRIMAVERA

HOJE SONHANDO A LIBERDADE NUM MUNDO REPLETO DE VAIDADE

Hoje estou sentada sobre a minha alvorada

Olhando o infinito, que não é mais que este meu sitio

Esse, onde me refugio, escondo e iludo
Que o mundo é tudo, e sobretudo SURDO

E, sobre a alvorada
De alma molhada
Deixo que escorregue sobre a vida inibida
Que não está, nem me será devolvida

Então
Afogo-me na ilusão de querer o mundo na palma da minha mão
Para dar ao que sofrem, vidas e mundos
Liberta de escravos e vagabundos

Choro em silêncio, no espaço e no meu tempo
E não vou gritar
Porque ninguém vai acordar

Por isso sonho na minha alvorada
Com este mundo de fachada
Onde todos sonham que sonham
Mas ninguém sabe sonhar mais nada
Para este meu mundo algemado, acorrentado fechado
Esperando apenas ser libertado
Quando este tiver morrido
E o verdadeiro mundo tiver nascido

Até lá vou esperando
Lucida da minha razão
Escrevendo sempre para ti
Esperando que leias e interpretes
Ajudes a trazer o que faz falta
Para explodir os idiotas
Enterrá-los debaixo do nada
Como se de esse nada se fizesse a minha alvorada
Que um dia estou certa
Não mais precisara nascer porque este mundo não mais precisará de a ter

Sonho sim, acordada, a dormir
E cansada escrevo meu novo devir
Que vem da minha razão
Que ninguém a entende e muito menos a compreende

Não me interessa
Não preciso viver à pressa
A vida e o mundo é agora
E, agora estou aqui
Escrevendo o que sinto o que vejo e vi
Não importando se foi sonho ou realidade
Porque nada que temos ou vemos é verdade
Mas apenas ilusão
De mentes que vêm com os olhos
Mas não vêm com o coração

Amanhã virá de novo a alvorada
Quiçá ja não estarei tão cansada
Deste mundo que de mim não sabe mesmo nada

Estou assim
Hoje escrevo mais um pouco de mim
Com ou sem razão
Ē a minha forma de vida e a dos outros não

Estaremos em polos opostos
Gritando cada um para seu lado
Esperando que o universo nos junte e nos funda
Recrie uma nova formula

Onde os escravos vagabundos e outros mundos
Sejam reis e não sejam defuntos

Aguardarei até amanhã
E amanhã logo se verá!!!!

25/04/2015
ACorreia