Estamos mais que nunca, solitariamente acompanhados.
A panóplia de oferta , sejam de bens de consumo, ou mesmo de intelecto, são tantos e tão exagerados, que nos divide de tal forma, que é quase impossível , haverem tantas pessoas que gostem das mesmas coisas.
Dizem, que estamos vocacionados para viver em grupo, acontece, que nos dias de hoje, os grupos são tão efêmeros, que pouco ou nada existe para partilhar, tal a diversidade, com isso, parece que cada ser individual, cria um mundo próprio, e com ele, tenta agir, inter agir, e até impor-se, contudo, existe uma inveja/infelicidade, difícil de ultrapassar, pois que, o ser humano vive estes tempos, em permanente frustração: diz Gilles Lipovetsky “as frustrações e as comparações invejosas propagam-se (…),os prazeres materiais, são numerosos, mas os homens ficam mais frequentemente infelizes, com o prazer dos outros” do livro (A Sociedade da Decepção).
Estamos na era do mundialismo individual, em que, cada um vive da forma que lhe apetece , quase sem regras sociais, porque, ao que parece, tudo é, ou deve ser permitido.
Seria perfeito se assim fosse, acontece que, individualmente e em mundos próprios , aceitam-se mal o mundo dos outros.
Nunca vivemos tão mal e com tanto, mas esta premissa, só se aplica aos que tem conhecimento dela, pois que, os que nascem neste individualismo, não têm noção do que se trata, e também não estão para gastar, ou perder esse tempo, com assuntos de outros séculos, assim crêem.
Um dia, irá ser necessário desenterrar os séculos passados, para perceberem de onde vieram, tal como fazemos hoje com os séculos longínquos, chamada a tal Historia.
Não se pode apontar o dedo , corremos o risco de ficar sem ele, mas, os dias conturbados de hoje, devem-se sobretudo, e no meu entender, à falta de uma profissão que há muito deixou de existir, a bela “profissão” de Pais, mais propriamente a de Mãe.
Alguém tem que colocar a ordem, e educar, e isso deixou de existir, como tal, os rebentos nascem e desenvolvem-se quase de forma selvagem e sós, nós todos, só podemos lamentar, não ter ido a tempo de reverter a situação.
Com a expansão da igualdade género, do direitos da mulher, o mundo virou do avesso, nada foi devidamente acautelado.
Ja ninguém está mais, no comando do ensino de valores , temos assistido a este ensino, por via remota e individualmente, pelos próprios filhos, salve-se quem puder, porque normalmente “vencem” os mais destemidos, e os que menos tem a perder, se é que possuem algo, para além de um ecran, com janelas para um mundo podre, alimentado pelas nossas bactériaa e vírus…
EU E O MUNDO