Temos e somos muitos assuntos por dizer e por resolver…
Quando uns se resolvem, logo chegam outros e lhes tomam o lugar…
Ficamos parados, por vezes frustrados, não com os assuntos, mas com tudo que vem e vai, de forma quase ciclónica…
Por vezes, muitas, queremos arrancar os ponteiros do relógio, atirá-los para bem longe e deixar o tempo sem horas, para não termos que falar sobre assuntos que ninguém compreende…
Muitas vezes ficamos encostados, prostrados, por não ter ou saber o que é melhor dizer…
Optamos pelo silêncio, o silêncio ensurdecedor, mas que para quem o vê e o ouve, provavelmente não faz sentido, mas fica a tranquilidade e aparente equilíbrio…
Temos que dar voz à nossa mente, mas o relógio segue e soma, e não encontramos nada nem ninguém à altura de o matar..
Resta-nos o rosto poisado no tempo, as frases em fila de espera, os lábios cerrados, os ouvidos trancados e as mão cruzadas sobre nós mesmos, esperando um tempo que não seja marcado a compasso…
Albertina Correia
EU E OS OUTROS