E, saio pela estrada

De novo fazendo o caminho

Esse que parece não levar a nada…

Escondo-me de mim, dos pensamentos

De tudo que trago dentro

E saio, correndo atrás do que não entendo…

A vida é um enigma

Que não carece esclarecer

No momento, é apenas para viver

Todo o resto, são truques da própria ilusão

Para ela, nos ter na palma da sua mão…

Que estranha forma de mundo

Uns vivos, outros defuntos

No entanto, fundem-se e confundem-se

Na probabilidade de se encontrarem

Aqui ou no além, onde decerto não existe ninguém…

Fazemos o melhor que podemos e sabemos

Todos os dias tentamos mais um pouco

Com ou sem razão pensamos fazer o que está ao alcance da nossa mão…

Pensamos que erramos

Na verdade, o momento escreve a vida

Dita a forma como é vivida

Cada segundo se altera no segundo seguinte

E nós corremos atrás do que não compreendemos

Ainda assim corremos…

Alguns, nem todos

A ignorância é o melhor que pode acontecer a um humano

Sofre menos, não se cansa

Vive a vida despreocupada

Não querem saber de nada

Mas quando tudo dá errado

Culpam sempre o mesmo lado

Próprio da ignorância com pintadas de arrogância…

É a vida

Com mais um dia que saio pela estrada

Pensando em tudo e em nada

Vivendo a vida da forma que se me apresenta

Proibindo-me de ser ignorante

E também não querendo aprofundar, o que de facto não dá para explicar…

Complicações da alma, do pensamento que trago dentro

Que por pensar demais

Atropelo-mo contra o politicamente correto

Mesmo sabendo que não está certo…

OS ANOS LOUCOS DO SEC XXI