
Não existimos, mas insistimos…
Somos uma ilusão, somos enigmas, feitos por medida desmedida, desconsentida, atrapalhada, arquivada, onde cada um não é mais nada…
Inventámos por encomenda, falamos como dá jeito, levamos tudo a peito, no final nem sequer existimos, mas, com muito esforço lá insistimos…
Muitas vezes, chegámos perto da verdade, mas, não é a nossa, então, criamos uma nova ilusão para justificar uma qualquer razão…
Somos mentes doentes, repletas de palavras que se amontoam , nada dizem e o que dizem, não é nada…
Seres errantes, de que vale insistir numa outra forma de existir quando o resultado é sempre o mesmo, a insistência, a indecência e a maledicência….
Colocamos palavras na mente dos outros, debitamos por causa da inércia alheia, em busca de uma verdade inexistente que possa confortar a nossa mente e não, a mente de outra gente…
E, quando não é nada disto, ficámos apáticos como se viver fosse um vácuo, onde também não cabe mais nada, senão, a mente atribulada procurando sempre uma razão para justificar uma qualquer ilusão, ou exactamente mais nada…
Vivemos a vida dos outros, como se da nossa se tratasse, buscando incessantemente explicações para teorias de mentes supostamente vazias que nos iludem e nos fazem viver, não como nós queremos , mas como por eles, é suposto ser…
Ficámos cansados, apostamos na ilusão que com, ou sem razão, fundamenta qualquer explicação…
E assim prosseguimos, não existimos, mas insistimos…
Albertina Correia