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Fico parada
Feita estátua gelada
Que reflecte o brilho ou sombra
Não de quem a tem
Mas sim de quem a olha

Afinal tudo que em mim vês
Não passa de imaginação
Da tua,
Pois que a minha está congelada
Por debaixo de vidro luzente
Que vibra ou tem mais cor
Conforme o reflexo
Que lhe é dado pelo universo…
E tudo não passa de ilusão
Dos que para ela olham
Sem saber sua razão…
Até eu gosto de congelar
Ideias e ideais
As minhas e não as demais
Serei sempre dona da minha vontade
Guardada em estatua gelada
Que pode ou não derreter
Consoante o que se quer ver…
Por isso fico em gelo
Quiçá esperando a chuva
Que me dissolva e me envolva
Me faça escorrer pelo mundo
Enchendo rios e lagos
De imagens e imaginação
De coisas reais
Que mais não são
Que pedaços de Ilusão
Tua
Que a minha continua gelada
Naquela estatua parada?

(estados de alma)

Albertina Correia