Mas de e em verdade, o futuro não existe
É pura imaginação para viver a vida com alguma “razão”
A do outro, a nossa será ou não
Fazemos projectos, programamos
E pacientemente esperamos
Mas esperamos pelo quê?
Pelo futuro?
Ou que os nossos projectos dêem os frutos certos?
Pois não se sabe, o futuro é mesmo daqui a um milésimo de segundo
Que agora deixou de ser vivido, por não ser bem entendido
E assim nos cansamos atirando para a frente
O presente ausente
Fazendo dele futuro porque não foi resolvido
No milésimo de segundo pretendido
Coisas do universo, e de humanos desumanizados
Que sobretudo fazem planos
Dos segundos que inventamos.
E de futuro se trata a vida
Não a que lá está, mas a que é agora vivida
Gastamos maior parte do nosso tempo
A programar mais adiante
O que de verdade acaba por nunca chegar
Da forma que estávamos a pensar.
Então deixemos o futuro lá estar
A passo e passo lá iremos parar
Sem projectos e sem condições
A fim de vivermos o presente
Fazendo o futuro ausente
Albertina Correia