O tempo passa
Nós que tudo queremos, com ele nada podemos
Ainda assim, olho para mim
O olhar de outrora permanece e enternece
O que fui e o que sou, em tudo nada mudou
De menina travessa a mulher discreta
O olhar que mata e penetra
E a vontade de estar quase certa…
Correr de novo pela estrada, atirar-me para a calçada
E ficar feliz mesmo que esmurre o nariz…
Esse tempo que já passou comigo tudo deixou
As marcas são as dele
Por fora é o que se vê
Por dentro é sempre bom o momento
Onde me refugio, e muitas vezes grito ao mundo
Que ele é tudo e sobretudo surdo…
Não tem mal algum
Viajo para lugar nenhum
O que permanece está em mim
A essência é como um jardim
Onde moramos rimos e dançamos
Sem explicações
Viajo no tempo sentada no vento
E olhem de novo para mim, serei feliz até ao fim…
Albertina Correia