(…)

Por isso, sonho na minha alvorada

Com este mundo de fachada

Onde todos sonham que sonham

Mas ninguém sabe sonhar mais nada

Sobre este nosso mundo algemado, acorrentado e fechado

Esperando apenas ser libertado

Quando este tiver morrido

E o verdadeiro mundo tiver nascido…

Até lá, vou esperando

Lucida da minha razão

Escrevendo sempre para ti

Aguardando que leias e interpretes

Ajude a trazer o que faz falta

Para explodir os  idiotas

Enterra-los debaixo do nada

Como se, d’esse nada se fizesse a minha alvorada

Que um dia estou certa

Nao mais precisará nascer porque este mundo

Não  mais precisará de a ter

E sonho sim, acordada, a dormir

Cansada escrevo meu novo devir

Que vem da minha razão

Que ninguém  atende , muito menos a compreende

Não me interessa

Não preciso viver à pressa  …

(…)

Correia, A. (2916); Silêncio Chiado Editora Lisboa

Deposito legal n 405888/16