Amanhecer é:
Acordar para mais um dia
De uma noite em que tudo acontecia…
Vontade dos avessos
De não ser e de não ter
Mais que não seja a existência
Daquilo que é a sua permanência
Tem dias e tempos intermináveis
Onde cada segundo tem a longevidade de horas
Onde a vivência é mais intensa
Seja na felicidade e muitas vezes na irrealidade
Não, nada é irreal
A mente só pode sonhar
O que consegue visualizar
Mas nada é tão louco e existente
como a vontade de estar presente
Assim pode acontecer
Em cada amanhecer, na extensão do anoitecer
Pois não existe divisão do que achamos ter razão
Por isso mesmo, nem noite nem dia
Mas sim, cada momento vivido intensamente
De tudo que esta arquivado
No presente , no futuro e no passado…
(folhas soltas)
Albertina Correia
25/08/2014
Ao ler este teu poema, lembrei o que em tempos escrevi e a que chamei:
Dores
No regresso sem regresso
o vento
o tempo
o silêncio
Há nas palavras sentidas
um quid amargo na vida
que não concebemos
o momento único
infalível
das opções
torce-se em trejeitos
na euforia
que não regressa.
Foi fugaz a passagem
apodrecida nos cansaços
de dores incontidas
espalharei ao vento
a minha voz
acordarei o silêncio
a morte
as emoções
para que vejam
que um dia
por muitos dias
o sol brilhou
e se pôs na tertúlia
efémera
de um cometa
sem cauda
Pois, ao que parece a idade a algumas pessoas têm sentimentos e sensibilidades afloradas…
Mas ainda assim eu as prefiro tal como a mim…
É sempre prazeiroso ler textos que nos fazem estremecer, por tão reais que nos possam parecer…
!!!!!!!!