Entre teu Deus e a terra
Existirá sempre o intervalo
Da singularidade de ti
Essa que sempre interpreta
Para que melhor faça sentido
Nesta nossa vida de treta
Nunca devemos dar por certo
Certezas , ideias , teorias e verborreias
Sem que tenhamos vontade
De as contestar com a nossa verdade
A esse não querer se chama acomodação
Por não se querer ter a certeza da nossa própria razão
Pois que todas estão certas
E certamente faríamos mais sentido
Se todos permanecesse-mos em uníssono
E mesmo em pólos opostos
As razões convergiriam
Sem que para tal fizesse falta
Abafar a tua confiança
Mas na falta de singularidade
E neste intervalo da tua vontade
Caminhamos repletos de vaidade
Pensando cada um que pensa
O mesmo que já alguém havia pensado
E assim permanecemos neste intervalo
Crentes que as nossas verdades
Estão repletas de irregularidades…
Albertina Correia
03/05/2015